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Competência Espasmódica
Certo dia, durante uma conversa com meu amigo Tim, desabafávamos sobre as dificuldades para sermos competentes quando dependemos de outros profissionais, muitas vezes, não tão comprometidos. É fato: muitas de nossas atribuições são inter-relacionadas com o trabalho de outras pessoas. Quando fazemos a nossa parte, mas a outra pessoa não, ficamos à mercê de seu tempo, disponibilidade ou até mesmo vontade! E a missão a ser cumprida... continua “a ser” cumprida! Vale dizer que muita gente também depende das nossas atribuições. Ninguém, no mundo moderno, é tão auto-suficiente que esteja livre dessa rede de trabalho.
Durante nossa conversa, o Tim usou uma expressão que me chamou a atenção: lamentando a lentidão de certos projetos, afirmou haver, por parte de alguns elementos da rede de trabalho, o que chamou de “espasmos de participação”. A criativa e engraçada definição do Tim dá um tom bem-humorado a uma tragédia organizacional. A competência espasmódica de certos profissionais é talvez até mais prejudicial que a incompetência permanente. Explico: imagine que você precisa terminar um determinado projeto que dependa de um profissional que, por um motivo ou outro, não poderá ajudá-lo... Se você é realmente comprometido com resultados e sabe da situação antecipadamente, não hesitará em resolver o problema de outra forma, redirecionando a tarefa para outro profissional, realizando você mesmo ou até adequando o projeto a essa circunstância. Agora, imagine a mesma situação, mas na dependência de um competente espasmódico. O que acontece? Ele jura por todos os santos que entregará sua parte a tempo. E você... acredita! Bem, o final da história você já sabe...
Entretanto, antes que você já comece a vasculhar em sua memória figuras familiares para identificá-los com a situação, vamos aqui fazer justiça: não atribua o título de competente espasmódico ao profissional que, vez ou outra, perde o controle das coisas e não consegue a tão sonhada competência permanente! Afinal, quem de nós já não passou por momentos assim? Muitos profissionais atravessam turbilhões e não podem ser julgados pelo momento, pelo “estar assim”. Quem tem competência espasmódica está mais para o “ser” do que para o “estar”. É aquele famoso “enrolão”, que normalmente é caracterizado pelo bordão “quando faz, faz bem”. Olha-se no espelho e se gaba pelo que “faz”, sem ouvir o clamor dos colegas que só o caracterizam pelo “quando faz”.
Creio que existam duas grandes qualidades nos profissionais da atualidade: uma, é saber fazer; a outra, é fazer! Quem tem espasmos de participação, não tem comprometimento, não assume responsabilidades, não respeita os colegas da rede de trabalho... e não faz! Um dia, será reconhecido por não fazer falta no grupo. Outro dia, por atrapalhar o grupo!
Ter competência é fazer bem feito. Ter competência permanente é fazer bem feito e no tempo esperado. Ter competência espasmódica é meramente saber fazer... Agora, pense: do que as empresas precisam? E você? Qual competência tem?
Edson Ricardo Goulart
Marketing
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