União Contábil

Just do it!

“Apenas faça!”. Um dos slogans de maior sucesso do mundo capitalista foi criado em 1998 e até hoje toma conta de nossas mentes. É propriedade intelectual da Nike para seu uso comercial, mas estou certo que seus dirigentes não se importarão se plagiarmos esse slogan - no bom português - para definir o posicionamento ideal do trabalhador brasileiro.

Desde que a escravidão foi abolida (pelo menos, em quase sua totalidade!), a humanidade tenta descobrir o que realmente move uma pessoa a fazer o que precisa ser feito. Grandes teóricos do comportamento humano registraram suas teses, hipóteses e experiências, na tentativa de auxiliar lideranças a “motivar” sua equipe a cumprir cada qual o seu papel. Olhamos para o mercado e vemos um mosaico de “filosofias corporativas”: algumas criando normas de conduta, outras adotando a liberdade total; algumas investindo em treinamento, outras abolindo-o porque alguém disse que “não agüenta mais”; algumas tratando seus colaboradores como funcionários, outras tratando seus funcionários como colaboradores. Tudo, para “fazer fazer”! Isso mesmo: fazer as pessoas fazerem.

Assim como acontece com grande parte dos adolescentes, fui um jovenzinho tomado pela procrastinação, com uma boa dose de preguiça e um tempero de rebeldia. Só fazia no tempo certo aquilo de realmente gostava. Deixava sempre o trabalho chato para mais tarde, nem que o “mais tarde” se perdesse na eternidade... A vida, entretanto, me ensinou que o mal-estar em adiar, é mais desgastante que o desprazer de fazer, e que os resultados da procrastinação são devastadores. Assim, depois de tantos tropeços, aprendi a respeitar essa bandeira da Nike: “Apenas faça!”.

Hoje, consciente dessa filosofia, lamento ver tantos profissionais adultos comportarem-se como adolescentes procrastinadores. A única diferença é que falam bonito, disfarçam (um pouco!) melhor, e vestem ternos e gravatas. Mal sabem, muitos deles, que a real causa de seus fracassos se originam no não-fazer. Conscientemente ou não, enganam a si próprios mais do que às pessoas que estão ao seu redor.

Façamos uma reflexão: até pouco tempo atrás - talvez até hoje - o Japão apresentava resultados sempre além da média mundial nos indicadores de qualidade. A explicação é simples: ação disciplinada. Os japoneses “apenas fazem” o que precisa ser feito. Não adiam, não “se desmotivam” por qualquer coisa e nem sequer param para pensar, quando têm que fazer... Apenas fazem!

Assim, fica aqui uma dica para quem está, de uma forma ou de outra, comprometido com alguma missão profissional: apenas faça! Para termos profissionais melhores, empresas melhores e um País melhor, é só fazer, apenas fazer! Como disse o estadista francês Georges Clemenceau, “um homem que tem de ser convencido a agir, antes de agir, não é um homem de ação”. O mundo precisa de homens de ação. Por isso, “just do it”!