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Quinta-feira, 12 de junho de 2008

O hábito não faz o monge?…

O dito popular plagiado pelo título deste artigo é normalmente atribuído às aparências, já que a palavra “hábito” também tem o sentido de “roupagem de frade ou freira”, como apresentado pelo Aurélio. Não vou questionar este sentido, pois o assunto não é o propósito dessas linhas. Entretanto, o hábito enquanto “maneira usual de ser” faz sim o monge! Atrevo-me a dizer que é o hábito que faz, de alguém, monge, ateu ou “à toa”.

Neste sentido, um reverendo batista, George Boardman, registrou uma citação melhor: "Semeai um ato, e colhereis um hábito; semeai um hábito, e colhereis um caráter; semeais um caráter, e colhereis um destino". Como sonhar com um destino se os atos, os hábitos e o caráter não lhe são condizentes? Como alguém que não transforma em hábitos as boas lições aprendidas pode almejar ser um grande profissional?

Uma das lições que demorei a aprender em minha vida profissional foi a de que toda lição precisa de treinamento para ser aprendida. Como aprendiz, muitas vezes me peguei diante de um ensinamento dizendo “ah... isso eu já sei”. Mas não praticava e, portanto, esquecia. Logo, não aprendia! Como consultor, muitas vezes na conseqüente condição de orientador, tenho que estimular a prática de minhas lições para que as pessoas realmente aprendam. Senão, de nada valem o tempo, o dinheiro e a energia empreendidos.

Creio que os profissionais que mais se destacam nas empresas são aqueles que praticam efetivamente tudo o que aprendem. A grande maioria transfere suas apostilas diretamente dos cursos para o armário e só abre depois de muitos anos, mais pela nostalgia do que por ceder à Andragogia (a arte de ensinar adultos). Quem faz da teoria uma prática, normalmente pertence à minoria que se destaca.

Receber informação não é nada! Tornar o aprendizado um hábito é que faz realmente a diferença. William Edwards Deming, um dos gurus da Qualidade e considerado o pai do milagre industrial japonês, afirmava, desde a década de 50, que, "Para obter Qualidade é preciso treinar, treinar e continuar treinando”. É o treinamento que faz do ato, um hábito, da lição, um aprendizado.

Vale acrescentar que o aprendizado não é privilégio de salas de treinamento! As lições mais simples do dia-a-dia podem – e devem! – se transformar em hábitos saudáveis. Quando aprendemos que exercícios físicos fazem bem à saúde, precisamos transformá-los num hábito. Quando aprendemos que pagar nossos credores em dia nos dá mais credibilidade, precisamos fazer disso um hábito. Quando aprendemos que nossas palavras têm força e o controle da nossa “língua” é um bom hábito, nossas palavras passam a ter ainda mais força.

O hábito faz o monge. Seus hábitos fazem você. Quais são seus hábitos?...


Edson Ricardo Goulart

Edson Ricardo Goulart Marketing

Administrador e Consultor de Empresas, Publicitário e Palestrante na área de Gestão Empresarial, já prestou serviços de Comunicação, Marketing e Qualidade para empresas de renome como Grupo Lorenzon, Starrett, Grupo Maggi, Cervejaria Schincariol e Grupo Gandini. Atualmente, é consultor de empresas de Tecnologia da Informação, como APP, Dual, Gecont, Informa, Shift, Trans Sat e a associação que reúne os profissionais e as empresas do setor em São José do Rio Preto/SP, a Apeti.

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