Artigos

Segunda-feira, 23 de junho de 2008

Autonomia dos Espaços de Produção e Análise Contábil

O estudo analítico de uma empresa requer a consideração de todos os fatores que influem sobre a atividade.
Um espaço ou local aonde a produção é realizada é como se fosse um patrimônio autônomo para fins de estudo (quer a atividade seja rural, comercial, industrial, financeira, de serviços etc.).
Isolar fatos ou conjuntos destes tem sido uma vocação da moderna ciência, como Infeld e Einstein demonstraram em sua obra sobre “A evolução da Física”, o mesmo critério adotando a doutrina do Neopatrimonialismo Contábil quanto ao que desenvolve sob a égide de uma “Teoria dos Campos de Fenômenos Patrimoniais”.
            As capacidades funcionais do capital relativas a liquidez, rentabilidade, equilíbrio, vitalidade ou economicidade, produtividade etc. existem relativamente autônomas em cada ambiente de operações de um empreendimento; assim leciona a doutrina do Neopatrimonialismo Contábil sobre a relatividade do desempenho da riqueza.
            Uma filial, por exemplo, é como se fosse uma empresa isolada para fins de análise qualitativa e quantitativa do capital (embora de forma geral jurídica e administrativamente não o seja).
            Pode a referida apresentar eficácia em algumas funções (capacidades peculiares havidas no local) e não possuir a eficácia absoluta ou global em razão das condições em que se realizam as atividades no lugar em que realiza as suas operações, assim como em defluência da metodologia técnica de produção e administração que emprega.
            Conhecer, pois, como se comportam os diversos sistemas de funções patrimoniais em cada ambiente é algo significativo, fato este nem sempre adequadamente informado nas tradicionais demonstrações e explicações oferecidas ao público.
            Informações apenas para fins de especulação financeira (como as bursáteis) são incompetentes para atenderem aos fins de uma análise científica do capital, especialmente face às condições de multiplicidade de espaços de atividades.
            Normas ditas de Contabilidade, mesmo as apresentadas como sendo Internacionais, não são matérias científicas e nem se têm demonstrado preocupadas ou comprometidas com tal gênero superior e intelectual do conhecimento.
            A doutrina científica do Neopatrimonialismo Contábil, todavia, ensina que pode uma determinada Filial ter liquidez, estabilidade e não ter produtividade e nem rentabilidade, igualmente não possuindo cobertura suficiente de riscos.
            O que se passa com plena satisfação da necessidade da empresa, por exemplo, pagando em dia, pode estar ocorrendo sem uma competente capacidade de lucros.
            Identificar o comportamento individual das capacidades ou funções é de importância determinante na análise cientifica do comportamento de um espaço de produção.
 
            Exemplificando:
 
 
 
FILIAL DE SANTOS
FUNÇÕES SISTEMÁTICAS
EFICÁCIAS RELATIVAS
INEFICÁCIAS RELATIVAS
LIQUIDEZ
1,20
 
RENTABILIDADE
 
0,02
ESTABILIDADE
0,91
 
ECONOMICIDADE
0,85
 
PRODUTIVIDADE
 
0,65
INVULNERABILIDADE
 
0,21
ELASTICIDADE
 
0,82
 
            No exemplo apresentado na Filial não ocorre a “eficácia absoluta” (porque não se opera em todas as funções), embora existam “eficácias relativas” ou particulares de cada sistema.
            Um espaço de atividade, pois, tem “Eficácias Relativas” de funções patrimoniais e só o somatório de todas é o que pode ensejar a “Eficácia Absoluta”.
            Ou seja:

 
            Onde, o somatório das eficácias relativas (EaR) implica Eficácia Absoluta (EaA).
            Muito importante, pois, para a análise do comportamento do capital é o examinar-se as “eficácias relativas”, a significação delas, tudo em confronto com os diversos espaços, ou seja, cada unidade de produção como se fosse algo isolado para fim de estudos, tudo examinado em conjunto.
            Se tomarmos, por exemplo, os comportamentos da liquidez, do lucro, da produtividade, de filiais, convertendo-as a uma unidade de equivalência para comparação, torna-se, facílimo, pelo efeito visual, conhecer como se comportaram os espaços.
            Isso porque não basta considerar a “unidade” apenas pelo local em que se situa, sendo necessário considerar a significação do mesmo perante o todo, em regime de comparação.
            Algumas medidas de equivalência ajudam a mensuração como, por exemplo, e em certos casos, a quantidade de pessoal empregado, a área ocupada, o tempo de operação etc.
            A escolha da medida deve ser compatível com o significado da mesma para cada empresa, ou seja, o “modo de exercer a atividade”.
A autonomia dos espaços é algo, pois, relativo, mas, de importância considerável face ao desempenho dos capitais.           
 

Antônio Lopes de Sá

Antônio Lopes de Sá Experiência profissional e cultural

Doutor em Letras, honoris causa, pela Samuel Benjamin Thomas University, de Londres, Inglaterra, 1999 Doutor em Ciências Contábeis pela Faculdade Nacional de Ciências Econômicas da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, 1964. Administrador, Contador e Economista, Consultor, Professor, Cientista e Escritor. Vice Presidente da Academia Nacional de Economia, Prêmio Internacional de Literatura Cientifica, autor de 176 livros e mais de 13.000 artigos editados internacionalmente. www.lopesdesa.com.br.

veja mais artigos deste colunista